domingo, 26 de fevereiro de 2012

Vale a intenção de dividir com vcs amigos queridos, próximos e distantes, minhas inspirações e insanidades!

Mais um dia dos namorados... E eu??? E o amor da minha vida???

"Nesta página, hoje, sem razão especialnem data marcada, estou homenageando aqueles que têm estado comigo seja como for, para o que der e vier"
Que qualidade primeira a gente deve esperar de alguém com quem pretende um relacionamento? ... aquelas que se esperaria do melhor amigo. O resto, é claro, seriam os ingredientes da paixão, que vão além da amizade. Mas a base estaria ali: na confiança, na alegria de estar junto, no respeito, na admiração. Na tranqüilidade. Em não poder imaginar a vida sem aquela pessoa. Em algo além de todos os nossos limites e desastres.
Talvez seja um bom critério. Não digo de escolha, pois amor é instinto e intuição, mas uma dessas opções mais profundas, arcaicas, que a gente faz até sem saber, para ser feliz ou para se destruir. Eu não quereria como parceiro de vida quem não pudesse querer como amigo. Texto de Lya Luft, publicado na revista Veja(Data? Não tenho  mínima idéia... copiei no sala de espera do dentista mas, a revista era bem velhinha...)

Quando crianças temos um mundo inteiro para descobrir e explorar. E este mundo parece não ter fronteiras, tamanha sua vastidão. Nossos amigos são poucos e estão sempre próximos. Companheiros da escola, curtem o recreio conosco, partilham a merenda, obrigações e diversões são partilhadas; tem os amigos da rua, moramos próximos, brincamos na rua, vamos as festinhas juntos – fazemos as festinhas... Tem os amigos que são cativados na faculdade... Época áurea viver experiências e descobertas que não se consolidaram na adolescência! A idade avança e somos contemplados com o rótulo de adultos. Mudam nossos propósitos, responsabilidades e prioridades. E, quase que invariavelmente, também mudamos de casa, de bairro(todos que casaram...), talvez de município, Estado(Taci, Déia, Jones...) ou mesmo país(Cau, Júnior). Nosso mundo, agora, fica bem delineado. Passamos a tratar com mais e mais pessoas e, paradoxalmente, cultivamos menos amizades porque nossas relações são todas marcadas com o lacre da superficialidade, não obrigatoriamente mas, em grande parte.

Pessoas entram e saem de nossas vidas. Muitos passam a ser nossos conhecidos, de um vizinho que mora na casa ao lado ou no apartamento do andar de cima, a profissionais que vemos em uma reunião de negócios ou congressos. Sobre estes, pouco ou nada sabemos, nem mesmo o nome. Já alguns passam a ser nossos colegas. Dividem o tempo e o espaço conosco.  Já os amigos são pessoas que compartilham com alegria as nossas vitórias, mas que nos acolhem despretensiosamente nos maus momentos. Nós os descobrimos na adversidade e na infelicidade. São apoiadores por natureza, mesmo quando discordam de nossas posições. Amigos são bons ouvintes e concedem-nos sua atenção, sabem que muitas vezes não queremos opiniões ou comentários, mas apenas sermos pacientemente ouvidos. Não existem bons ou maus amigos, sinceros ou dissimulados. Por definição, um amigo é verdadeiro, honesto, leal e digno de honra e admiração. Sem um pingo de modéstia espero o mesmo dos meus amigos para comigo, que me julguem verdadeira honesta, leal...

Melhor do que conquistar novos amigos é conservar os velhos. Por isso, visite seus amigos com freqüência. Relacionamentos não se constroem por telefone ou e-mail. São bons expedientes para se manter uma amizade, mas precisamos mesmo é estar “cara a cara” com as pessoas que apreciamos. Olhos que brilham, braços que envolvem, palavras que acalentam. Não diminuindo a importância de ninguém durante minha “separação” em 2004, mas, lembro-me de um daqueles dias terríveis... E que o destino por obra e graça fez com que Cau estivesse em Maceió e fosse me visitar no exato momento que eu precisava de seu colo amigo! Sei que todos outros estavam dando o máximo de si pra me ver bem... Naquele dia compreendi o significado mais profundo da palavra “afinidade” no tocante à amizade. Não nos víamos a tempos e ela me acolheu e compreendeu como se estivesse comigo todos os dias da “tragédia”! Quero com isso dizer que a impossibilidade de visitá-la não diminui sua importância em minha vida mas, que o encontrar e estar junto nas alegrias(os últimos carnavais...) e tristezas contam muito!  Afinal não é isso que o padre fala no altar... Então o amor da minha vida tem que me servir antes de tudo pra amigo! Deixa eu terminar de falar de amizade pra mergulhar na seara da paixão!
Voltando à amizade, só pra concluir, ela torna as pessoas mais amenas, gentis, generosas e felizes, mas, para se ter amigos, é preciso antes ser um. E isso envolve atitude; começar junto e terminar junto. Assim se edifica uma sólida amizade. Se não houver solidez não é amizade, não é amigo, é colega! E colega só serve pra dividir o tempo e o espaço conosco, isso não é o bastante! Não pra quem vamos dividir a vida e até os amigos, nossos bens mais preciosos! Parafraseando Lya Luft eu não quereria pra parceiro de vida alguém que não quisesse pra amigo!

Ainda seguindo a lógica de Lya, segue-se na escolha os ingredientes da paixão... O lado instintivo e intuitivo da busca... Primeiro vamos pensar em paixão, esse misterioso e típico fenômeno humano, emoção enigmática e potente, que é a paixão, desperta em nós um instantâneo fascínio, quase surreal. Um conceito mítico. Ela permeia nossos atos e pensamentos, embaraçando sonhos, desejos, realidades e fantasias. Nos diferenciamos dos demais animais pela capacidade de nos apaixonar! O amor de forma geral é instintivo e sua forma mais fraterna dividimos até com nossos bichos de estimação, mas, a gana da paixão só acontece em homens e mulheres, só nós superamos nossa própria razão pra sentir emoções que estão além de nós mesmos! E isso não é amor, amor mesmo! Pois amor é outra coisa...

A paixão é ação, movimento, inquietude e novidade sempre! Já a experiência com o amor, é outra história! O amor somente transforma a nossa realidade, traz novas capacidades, e quase sempre um estimulante convite a vivê-lo sem mistérios, sendo o que é e com a plenitude da perfeição. O Amor tem uma relação íntima com a complexidade de nossa existência humana. Nesse ponto recordo-me da insistência de Taci em ouvir repetidamente Maria Bethânia na música em que recita “Todas as Cartas de Amor são Ridículas” de Fernando Pessoa. No amor perdas e ganhos são apenas argumentos da sua história, como um retrato interior que se cria na vida do destino sem peso positivo ou negativo apenas constituem nossa experiência amorosa. É singular e único como uma impressão digital. Amores são únicos! Não que possamos amar só uma vez, não se trata disso! Mas que cada amor será único, isso é certo! Enquanto a paixão... Podemos nos apaixonar todas as semanas e sempre vamos ter um quê de novidade que não significará nunca unicidade como no amor!

Na paixão a necessidade de novidade não nos permite perceber que no fundo estamos nos apaixonando hora por diferentes pessoas num mesmo corpo ou pelas mesmas pessoas, só que em outros corpos! Não se trata também de definir paixão como coisa de pele e só! Mas... Basicamente todos tendemos a estabelecer um “gosto”, um padrão pra nossos parceiros... O que também não é nada mal! Apenas é preciso ter cuidado com a força que nossa alma se entrega às paixões porque diferentemente do amor, como já disse, podemos nos apaixonar constantemente e aí nossas forças vão se esgotando! Não tenho nada contra a paixão, sou até bastante adepta! Eu me apaixono por coisas e pessoas o tempo todo! Muitas dessas paixões me fizeram dar grandes passos na vida, outras infelizmente trouxeram regressões! Na verdade, percebi que elas são bons combustíveis, metaforicamente perfeita a analogia, porque ardem, queimam, movem!!! Porém, se consomem, acabam!

Nos últimos anos conheci versões surpreendentes de mim, enfrentando as incertezas da tristeza, do luto nas perdas, da ameaça nas doenças e o medo de tudo e ao mesmo tempo medo de nada. O resultado é uma versão inédita, capaz de viabilizar transformações e de desafiar alguns limites(me superei em junho!). Infinitas soluções elaboradas arduamente na direção de alcançar o prazer, a alegria e felicidade, sempre apoiadas nas possibilidades do amor, de paixão... Como o viver humano esconde a simplicidade na sua múltipla diversidade, acredito que a versão de hoje não é o produto final! Hoje estou consciente que minhas transformações são regidas por uma raiz bem complexa: da força de um inconsciente, que tem uma intima relação com sexualidade, que é o campo do desejo, do prazer, das paixões e do próprio amor...

“Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.” (Um sopro de vida - Clarice Lispector)

Por fim... Onde mesmo que comecei? Mais um dia dos namorados... Eu? Eu estou feliz porque simplesmente decidi estar! E o amor da minha vida? Paciência!!! Os requisitos só estão aumentando... A oferta do mercado piorando, é melhor “o cara” me encontrar porque eu desisti de procurar!  Ainda mais agora que descobri que tem que primeiro ter os pré-requisitos de amigo!!! Vou reavaliar os amigos solteiros... kkk... já é meio caminho andado, né? Que nada... Vou seguir quebrando a cara até achar “O CARA”!

P.S. Este ano estou apaixonadíssima!!! Então nada de achar que minhas inspirações são conspirações da solteirice inveterada! Muito pelo contrário... (Texto de junho de 2007)

2 comentários:

  1. O texto é antigo, editei, diminuí mas mesmo assim ficou enorme! Queria ter postado dia 14, em homenagem ao "Valentine's Day", mas, não deu... Prometo me organizar e começar os posts semanais agora em março. bjs

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  2. Bom demais Fabi!

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